Inovando em acessibilidade comunicacional, a Escola do Poder Judiciário de Roraima é a primeira escola corporativa de todos os tribunais do país a incorporar a audiodescrição nos cursos, palestras e workshops realizados, bem como em materiais de divulgação produzidos.
A informação sobre esse pioneirismo surgiu a partir de uma reunião da equipe de comunicação da Ejurr com servidores da Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados (Enfam) e do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que teve como objetivo a troca de informações sobre os procedimentos práticos realizados na Ejurr para inserir a audiodescrição nas atividades.
A audiodescrição é um recurso de acessibilidade comunicacional que traduz imagens em palavras, permitindo que pessoas com deficiência visual consigam compreender conteúdos audiovisuais ou imagens estáticas, como filmes, fotografias, peças de teatro, entre outros.
A proposta de inclusão do curso introdutório de formação em audiodescrição no calendário de ações da Ejurr foi uma sugestão da Comissão Permanente de Acessibilidade e Inclusão - CPAI do TJRR, que indicou os formadores e ressaltou a importância da qualificação para o devido cumprimento da Resolução 343/2020, que institui condições especiais de trabalho para magistrados(as) e servidores(as) com deficiência, necessidades especiais ou doença grave ou que sejam pais ou responsáveis por dependentes nessa mesma condição.
Após a realização do curso introdutório, a equipe da Ejurr percebeu a importância desse recurso para as ações realizadas na escola e promoveu módulos específicos para implementação prática em cursos, publicações e demais eventos presenciais e on-line. De acordo com a Chefe do Setor de Registro e Informação, Lorrane Costa, que realizou os cursos e está autuando como audiodescritora nas ações da Ejurr, "essa iniciativa é primordial para dar acessibilidade às ações formativas voltadas para os nossos servidores, magistrados e sociedade em geral, mostrando a importância que o nosso Tribunal atribui à inclusão de todos", explicou.
Com a implantação desse recurso, a Ejurr atende ainda a um dos requisitos da Resolução 401/2021 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que dispõe sobre o desenvolvimento de diretrizes de acessibilidade e inclusão de pessoas com deficiência nos órgãos do Poder Judiciário e de seus serviços auxiliares, e regulamenta o funcionamento de unidades de acessibilidade e inclusão.
A servidora Vera Sábio, membro da CPAI, está sendo uma das beneficiadas com o curso pelo fato de ser cega. Ela explicou que a audiodescrição permite que a imaginação e a memória visual sejam acessadas e, com isso tanto pessoas cegas, de baixa visão e mesmo com dificuldades cognitivas, como autistas e disléxicos, entendam com mais clareza o que for proposto em um card, em um vídeo e em toda palestra onde são descritas as pessoas e os ambientes.
“Eu, como cega, estou maravilhada com a audiodescrição ao descobrir que tanto coisas como pessoas, havia imaginado diferentes do que realmente são e agora tenho a oportunidade de saber suas formas e composições, ajudando até a encontrar pessoas e ambientes, podendo eu, mesmo cega, narrar o que procuro, pois para mim já foi descrito.”