O depoimento fará parte do Projeto de Aposentadoria de Magistrados e do acervo do Centro de Memória e Cultura do Poder Judiciário.
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“Estou aposentando, mas não desocupado.” Foram com essas palavras que o desembargador aposentado do Tribunal de Justiça de Roraima, Jurandir Pascoal, recebeu a equipe do Núcleo de Comunicação e Relações Institucionais (Nucri) e da Escola Judicial de Roraima (Ejurr).
A entrevista foi concedida na cidade de Fortaleza, onde o magistrado reside atualmente. O desembargador trouxe consigo diversos livros de sua autoria e inúmeras medalhas conquistadas ao longo de sua trajetória. Rememorou e citou muitos fatos históricos durante sua passagem pela magistratura roraimense, mencionando com carinho os nomes dos desembargadores do TJRR que estiveram com ele durante seu período como magistrado.
"Relembro com muito pesar e saudade desses colegas, porque nós passamos por momentos difíceis, todos juntos."
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Ele também comentou sobre a última vez que esteve em Roraima, mostrando com orgulho a homenagem recebida do então presidente, desembargador Almiro Padilha.
"A última vez que estive lá em Roraima, o presidente era nosso colega Almiro Padilha. Ele diz aqui: ‘O Tribunal de Justiça de Roraima, por ocasião do seu jubileu de prata, homenageia o desembargador Jurandir Oliveira Pascoal, membro da composição originária desta corte, pelo trabalho e dedicação imprescindíveis à instalação do Poder Judiciário Roraimense.’"
Além de citar fatos históricos, o desembargador Jurandir deu exemplo de remodelação e reformulação de vida após a aposentadoria. Desde o início da carreira, atuou como advogado, juiz, desembargador, presidente do TJRR e do Tribunal Regional Eleitoral, organizou concursos públicos do Judiciário, escreveu livros e, depois de quase 10 anos como desembargador, retornou às raízes cuidando das terras da família no interior do Ceará.
Mesmo aposentado da magistratura, o desembargador ainda atuava como advogado na capital cearense, Fortaleza, e realizou um curso de pós-graduação em Especialização em Direito Penal.
"Eu fiz a prova. Na semana seguinte, telefonou a funcionária de lá, e ela disse: ‘O senhor foi aprovado na seleção para especialização em Direito Penal’. Ela disse: ‘Tem mais, o senhor fechou a prova’. Eu fiquei muito feliz com isso."
Atualmente com 84 anos, pai de Rita Meire, Cláudio Roberto, Jurandir Júnior e casado com Terezinha de Jesus, o magistrado escreveu um livro intitulado “Aplicação, individualização e execução da pena”, fruto das pesquisas da pós-graduação, deixando mais um marco em sua brilhante trajetória.
Resgate histórico
Os depoimentos do desembargador Jurandir Pascoal, assim como os dos demais magistrados, podem ser vistos no Centro de Memória e Cultura do Poder Judiciário, localizado na Av. Ville Roy - São Pedro, de segunda a sexta, das 09h às 17h.
O Centro de Memória e Cultura (CMC) dispõe de relatos desde a criação do Poder Judiciário de Roraima, em 1991, até os dias atuais. Uma parte importante dessa história está gravada a partir da narrativa dos primeiros desembargadores que constituíram a primeira mesa do Tribunal de Justiça de Roraima.
O projeto de resgate histórico iniciou na gestão do desembargador Cristóvão Suter com a criação do Centro de Memória e Cultura do TJRR. Com a inauguração do Centro de Memória, o trabalho de resgate seguiu e, neste mês de junho de 2024, os desembargadores Lupercino Nogueira e Jurandir Pascoal foram entrevistados e passaram a fazer parte do acervo histórico do TJRR.
Texto: Mairon Compagnon/Repórter
Fotos: Nucri/TJRR
Nucri/TJRR – junho/2024
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