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Ação do Setor de Acessibilidade e Inclusão do TJRR destaca educação inclusiva e a valorização da Língua Brasileira de Sinais

 
Fotos: Nucri/TJRR
 
Imagem colorida mostrando uma mulher e um homem conversando por linguagem de sinais
 
Em alusão ao Dia Nacional da Educação para Surdos, dia 23 de abril, e o Dia Nacional da Língua Brasileira de Sinais, celebrado no dia 24 de abril, o Tribunal de Justiça de Roraima, por meio Setor de Acessibilidade e Inclusão (SAINC/TJRR), realiza uma campanha de reforço sobre a temática.  
 
E para ilustrar a importância da acessibilidade, com destaque para a Língua Brasileira de Sinais no âmbito do Poder Judiciário roraimense, vamos contar a história de duas pessoas que vivenciam essa realidade, o técnico judiciário e pedagogo do TJRR, Aldair Ribeiro, que possui deficiência auditiva e o tradutor e professor de libras credenciado pelo TJRR, Maycon Kennedy Moleta, que atua nas traduções  dos eventos e vídeos institucionais. 
 
Com a chegada dessas datas é importante esclarecer algumas dúvidas já que muitas vezes os termos “surdo” e “deficiente auditivo” são tratados como sinônimos, quando na verdade não são. 
 
De acordo com os critérios estabelecidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS), a deficiência auditiva corresponde à redução na capacidade de ouvir sons em ou ambos os ouvidos, ou seja, pessoas com perda auditiva, seja ela leve ou severa, se enquadram no grupo com deficiência auditiva. 
 
Esse é o caso do técnico judiciário e pedagogo, Aldair Ribeiro, que possui uma deficiência auditiva e utiliza o aparelho para amplificar os sons e melhorar a capacidade auditiva.
 
“Há surdos que optaram pelas Libras, os surdos sinalizados [ou Sinalizantes] que usam a linguagem de sinais como língua materna; e há surdos oralizados, que usam tecnologias assistivas para ouvir, precisam de legendas e leitura labial e tem o Português como língua materna. Esses dois grupos precisam ser respeitados, pois há diversidade dentro da surdez. Assim, os órgãos públicos precisam entender que além de Libras, devem oferecer legendas, boa captação de áudio e aproximação para leitura labial”.
 
O servidor Aldair também ressalta a importância das pessoas e dos órgãos públicos de sempre buscarem maneiras para se tornarem cada vez mais acessíveis. 
 
“A deficiência auditiva é uma deficiência que você não ‘vê’ de imediato na pessoa, o que causa muitas dificuldades, mas o amparo e compreensão dos amigos, família e atendentes diversos, são fundamentais na busca pela qualidade de vida do deficiente auditivo”.
 
Diferente da deficiência auditiva, a surdez é definida como a ausência ou perda total da capacidade de ouvir em uma ou ambos os ouvidos e o aumento do quadro de perda auditiva se deve em parte ao processo de envelhecimento, um fato que atinge a população em nível mundial. 
 
Com isso, foi criada a Língua Brasileira de Sinais (Libras) para promover mais igualdade e acessibilidade na comunicação para pessoas surdas e deficientes auditivos. Em 2002, a Libras passou a ser reconhecida como uma língua no Brasil pela Lei nº. 10.436/2002.
 
O Tribunal de Justiça de Roraima é pioneiro no desenvolvimento de ações que visam a acessibilidade e inclusão, sempre olhando para o público que necessita da Libras como forma de comunicação e expressão. Os materiais acessíveis, produzidos pelo TJRR, servem para que as pessoas com deficiência auditiva possam acessar e aprender conteúdos relevantes para sua vida cotidiana.
 
O tradutor e professor de libras do TJRR, Maycon Kennedy Moleta, conta um pouco da  relação com a Lingua Brasileira de Sinais e a importância de se estabelecer contato com pessoas surdas para desenvolver ainda mais os espaços de inclusão social. 
 
“A Libras entrou na minha vida de uma forma bem inusitada, todos os dias eu utilizava o transporte público [ônibus] e no terminal eu via um grupo de surdos se comunicando, então ficava muito curioso em saber como se estabelecia essa comunicação, bem como, o que estavam conversando. Nessa época estava com 17 anos. Passou-se um tempo e aos 22 anos fui convidado por uma amiga para trabalhar no CAS-RR [Centro de Apoio às Pessoas com Surdez] e assim eu fiz. Participei de inúmeros cursos de Libras e estabeleci muito contato comunicativo com pessoas surdas, que logo se tornaram meus/minhas amigos(as)”, contou.  
 
O Tribunal de Justiça de Roraima oferta anualmente curso de Libras pela Escola Judicial de Roraima (EJURR) para capacitar seus funcionários e colaboradores, sempre reforçando a inclusão e o enriquecimento pessoal e profissional. Por meio da Libras, ocorre uma melhor comunicação e compreensão entre surdos e ouvintes, uma vez que está previsto em lei a presença de intérpretes de Libras em diferentes instituições públicas, como escolas, universidades, congressos, seminários, programas de televisão entre outros.
 
É possível perceber um despertar de instituições públicas que seguem o exemplo do TJRR, como por exemplo o Tribunal Regional Eleitoral de Roraima (TRE-RR) e a Defensoria Pública de Roraima com intérpretes credenciados, além da implementação da interpretação simultânea durante as sessões da Assembleia Legislativa. Porém, ainda existem muitos espaços sem acessibilidade, por isso, esse é um período de reflexão e discussão para que outros espaços possam também se tornar acessíveis e a tão almejada mudança de paradigma possa ocorrer de fato.
 
Para finalizar as reflexões, deixamos abaixo algumas dicas de boa convivência para as pessoas ouvintes terem com os surdos ou deficientes auditivos. 
  • Fale claramente, num tom normal de voz, distinguindo palavra por palavra, mas não exagere. Fale com velocidade normal, salvo quando lhe for pedido para falar mais devagar ou mais alto.
  • Cuide para que a pessoa com deficiência auditiva enxergue sua boca. A leitura dos lábios fica impossível se você gesticula, fala comendo, põe a mão ou alguma coisa na frente dos lábios, ou fica à contraluz.
  • Fale sempre de frente para a pessoa, nunca ao lado, muito menos atrás dela.
  • Gritar nunca adianta, quase sempre atrapalha o entendimento, especialmente se a pessoa estiver usando um aparelho auditivo (AASI).
  • Seja expressivo na face e nos gestos. Como a pessoa com deficiência auditiva não pode ouvir as mudanças sutis do tom de sua voz indicando sarcasmo ou seriedade, eles "lerão" as suas expressões faciais/gestos ou movimentos do seu corpo para entender o que você quer comunicar.
  • Se você quer falar a uma pessoa surda, chame atenção dela, seja sinalizando com a mão ou tocando no seu braço. Enquanto estiverem conversando, mantenha contato visual. Se você olhar para outro lado enquanto está conversando, a pessoa com deficiência auditiva pode pensar que a conversa terminou.
  • Nem sempre a pessoa surda tem uma boa dicção (“sotaque de surdo”). Se você tiver dificuldades para entender o que uma pessoa surda está falando, peça que ela repita. Se ainda não entender, peça-lhe para escrever ou digitar no celular (bloco de notas) ou num aplicativo de celular (whatsapp). O que interessa é comunicar-se com a pessoa surda. O método não é o que importa.
  • Se o surdo está acompanhado por um intérprete de LIBRAS, fale diretamente à pessoa surda, não ao intérprete.
  • Falar num ambiente ruidoso (música, TV, conversas...) dificulta o entendimento, principalmente se a pessoa usar aparelho auditivo. Chame-o para um lugar externo ou mais silencioso para poder falar-lhe.
 
 Aprenda a linguagem de LIBRAS!
Setor de Acessibilidade e Inclusão (SAINC/TJRR)
 
 
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