As aulas serão realizadas na Escola Judicial de Roraima até o mês de dezembro
Foto: Ejurr
A Escola Judicial de Roraima iniciou nesta segunda-feira (24), as atividades do Programa Residência Judicial, iniciativa pioneira na região Norte voltada para formação de jovens bacharéis e bacharelas em Direito. A aula inaugural foi ministrada pelo professor de Direito e escritor, Edson Damas.
O diretor da Ejurr, desembargador Cristóvão Suter, fez a abertura das atividades da 2ª turma do programa e destacou a importância da ação. Em 2023, são cerca de 40 participantes, entre eles, dois residentes indígenas da etnia macuxi.
“É um projeto pioneiro que tem como objetivo a integração social, trazendo os jovens bacharéis e bacharelas de Direito para um contato do ponto de vista científico com o curso, mas para que também aprendam no dia a dia, as atividades da justiça e da magistratura. Estes jovens estão conosco e este é um dos cursos mais importantes desenvolvidos pela Escola Judicial e que nos dá muito orgulho”.
O bacharel em Direito, Lucas Rodrigo, de 23 anos, é da etnia macuxi. Ele está confiante na oportunidade de aprendizado sobre o Poder Judiciário de Roraima.
“É muito importante não só para sociedade, mas também para maior diversidade de ingresso de pessoas indígenas. Eu venho da universidade federal, entrei pelo processo indígena, me formei e achei muito interessante e muito valioso que o Tribunal de Justiça abrisse as portas para a comunidade, em especial a comunidade indígena”.
Com formação em Direito desde 2020, Kezya Gutierre acredita que o programa vai enriquecer o conhecimento e o currículo. Ela é da Comunidade Teso Vermelho na Terra Indígena Raposa Serra do Sol.
“Espero aprender bastante. Vai ser uma grande oportunidade curricular. É satisfatório e me sinto lisonjeada de fazer parte do programa. Acredito que vão surgir novas oportunidades para as demais pessoas”.
O professor de Direito, Edson Damas, vai conduzir as aulas até o dia 28 de julho. Para ele, o público alvo e o formato do programa são diferenciais.
“É uma novidade, uma evolução daquela ideia de estagiários. É uma preparação, uma formação de mão de obra qualificadíssima para ser usada tanto pelo judiciário mas também por outras instituições de direito do estado”.
O bacharel em Direito, Danylo Oliveira, que concluiu a graduação em 2022, considera a experiência desafiadora.
“Vamos ter a prática direta com os juízes e é muito mais proveitoso pra gente. Acredito que vai ser um desafio muito grande, pois não tivemos esse tipo de prática na universidade. Agora vamos ter a oportunidade de estar mais perto, de ver os processos e ter o contato com os magistrados”.
Sobre o Programa
O foco é o aprendizado da atividade judicante com estudos preparatórios e prática jurisdicional tutelada, por meio do curso de Direito e Prática Jurisdicional do Magistrado com Residência Judicial. O programa segue no formato híbrido, com aulas presenciais durante a semana e aos sábados na modalidade EaD.
As aulas serão realizadas de segunda a sexta-feira na sala 415 da Ejurr, de 15h às 19h, com carga horária de 400 horas. Haverá ainda a fase de prática jurisdicional tutelada. As atividades terão duração máxima de 18 meses. Cada participante tem direito a uma bolsa mensal e auxílio transporte.
Participam do programa, bacharéis e bacharelas em Direito que não exercem a advocacia, não possuem vínculo profissional como advogado ou sociedade de advogados, nem participam de iniciativa semelhante em outro órgão ou entidade da administração pública direta ou indireta.
Fonte Ejurr