É a primeira vez que o curso é ofertado no Estado de Roraima.
Fotos: Divulgação/Ejurr
A Escola do Poder Judiciário (Ejurr) lançará Curso Introdutório de Formação em Audiodescrição. Serão oferecidas 40 vagas para servidores e magistrados que atuem nas áreas de comunicação, cerimonial, publicidade, bem como em demais atividades que necessitem desse conhecimento. As inscrições serão de 19 a 23 de julho. O curso vai ocorrer no período de 2 a 25 de agosto, com carga horária de 30 horas-aula, na modalidade EaD, por meio de aulas síncronas (ao vivo), e assíncronas (sem interação em tempo real).
A capacitação será ministrada pelas audiodescritoras Larissa Hobi e Aparecida Leite, ambas com ampla experiência na área. O objetivo é que os cursistas obtenham conhecimentos básicos sobre audiodescrição para que possam tornar acessível o conteúdo das ações do TJRR para as pessoas com deficiência visual.
A audiodescrição é um recurso de acessibilidade comunicacional que traduz imagens em palavras, permitindo que pessoas cegas ou com baixa visão consigam compreender conteúdos audiovisuais ou imagens estáticas, como filmes, fotografias, peças de teatro, entre outros.
A arquiteta Claudete Silva, coordenadora da Comissão Permanente de Acessibilidade e Inclusão (CPAI), do TJRR, explicou que já foram realizadas reformas e adaptações arquitetônicas que eliminaram diversas barreiras arquitetônicas nos prédios do Tribunal. Porém, a inclusão requer muito mais do que acessibilidade arquitetônica e a CPAI quer conscientizar a este respeito. A oferta do curso de audiodescrição foi uma solicitação da CPAI. De acordo com Claudete, é a primeira vez que é ofertado no Estado de Roraima. “Nós, do TJRR, seremos os pioneiros neste tipo de acessibilidade.”, afirmou.
“Penso que a audiodescrição é mais uma ferramenta para que nós, do Poder Judiciário, possamos olhar para as pessoas que não conseguem enxergar e, com isto, darmos acessibilidade para que possam perceber com os outros sentidos o que conseguimos ver com os olhos.”, disse Claudete.
Para a técnica judiciária do TJRR Vera Sábio, que é cega, a audiodescrição permite que tudo que os olhos observam se transformem em palavras para que a pessoa com deficiência visual consiga absorver melhor a informação com os outros sentidos que ela tem. “É acessibilidade comunicacional, para que o cego entenda quando a cena muda, para que ele compreenda como é o ambiente, as pessoas e a disposição das coisas que compõem o lugar que ele, como os demais cidadãos, pode ir.”, explicou.
Segundo Vera, esse recurso permite a inclusão, que é um direito assegurado por lei, devendo ser utilizado em “vídeos, espetáculos, eventos em geral onde o cego tem direito de estar, ou seja, em qualquer lugar”, ressaltou.